(Ivete Adavaí)
O contexto nos dá uma melhor compreensão dos motivos pelos quais as coisas acontecem ou aconteceram. Nada é à toa, até aquilo que não tem uma explicação aparente, se formos em busca das origens, vamos compreender.
A vida é assim, se dermos uma olhada panorâmica, sem nos envolver no drama, ativamos nossa capacidade de compreensão e o sofrimento é reduzido drasticamente, se é que ainda haverá.
O problema é que o ser humano é imediatista e tende a crer apenas no que vê ali diante de seus olhos. O ego parece ter pressa em querer se satisfazer e não dá muita importância às necessidades alheias. Aí surge uma desenfreada demanda de necessidades, em que um não consegue ver o outro e a vida segue, cada um tentando passar a rasteira no outro, no afã de conseguir algo para si.
Isso requer colocar-se no lugar de observador, ainda que estejamos envolvidos na situação, porque, assim não vamos deixar que as nossas emoções contaminem o evento, e a compreensão terá o seu lugar garantido.
Deixar de ver o contexto, além de alimentar o eu egoico, exaure a pessoa, que se desgasta à toa, utilizando sua energia em algo desnecessário, o que certamente retira o seu poder para agir em situações que merecem envolvimento.
É uma questão de “querer dar-se ao trabalho”, que na verdade nem é tão difícil assim. Trata-se mais de ter disciplina, colocar o desejo imediato em modo de espera e observar o contexto geral. Só isso, gera certa paz e tranquilidade, e desobriga o nosso corpo de produzir aqueles hormônios do estresse, que apenas debilitam o nosso organismo, tornando-o suscetível a doenças de toda ordem.
Talvez isso seja o começo do equilíbrio, que nos fará ficar em paz no meio do caos, o que é exatamente o que se espera de alguém que busca o caminho do meio.
Ivete Adavaí – adavai@me.com – www.adavai.wordpress.com
