09 agosto 2011

OS MALES DO MUNDO




Diálogo extraído do livro “Conversando com Deus” – Volume I



P.:  Por que o mundo se encontra nas condições atuais?

R.:  De todas as perguntas que o homem já fez a Mim, essa é a que fez mais vezes, desde o início dos tempos. Desde o primeiro momento vocês quiseram saber:  por que tem de ser assim?

A forma clássica de fazê-la geralmente é algo como: se Deus é perfeito e ama a todos, por que criaria as pestes e a fome, as guerras e doenças, os terremotos, tornados, furacões e todos os desastres naturais, as grandes desilusões pessoais e calamidades mundiais?
A resposta para essa pergunta está no maior mistério do Universo e no significado mais importante da vida.
Eu não demonstro a Minha bondade criando apenas o que chamam de perfeição ao seu redor. Não demonstro o Meu amor sem permitir-lhes demonstrar o seu.

Como já expliquei, não se pode demonstrar amor enquanto não se demonstra o não-amor. Uma coisa não pode existir sem o seu oposto, exceto na esfera do Absoluto. Porém, essa esfera não foi suficiente para vocês ou para Mim. Eu existia lá, na eternidade, que é de onde vocês também vieram.

No Absoluto não existe experiência, há apenas conhecimento. O conhecimento é um estado divino, mas a maior alegria está em ser. Só se consegue ser depois da experiência. A evolução é esta: conhecimento, experiência, ser. Essa é a Santíssima Trindade, que é Deus.

Deus-Pai é conhecimento, o pai de todo o saber, o criador de todas as experiências, porque não se pode experimentar aquilo que não se conhece.

Deus-Filho é experiência, a encarnação de tudo que o Pai sabe sobre Ele Mesmo, porque não se pode ser o que não se experimentou.

Deus-Espírito Santo é ser, a desencarnação de tudo que o Filho experimentou Dele Mesmo: o simples e belo ato de ser, possível apenas através da lembrança do conhecimento e da experiência

Esse simples ato de ser é beatitude celeste. É um estado de Deus, depois de conhecer e experimentar a Ele mesmo. É aquilo pelo que Deus ansiou no início.
É claro que você já passou do ponto em que Eu precisaria explicar-lhe que as descrições de pai e filho não têm nada a ver com gênero. Uso aqui a linguagem pictórica de seus livros sagrados mais recentes. Muito antes, os escritos sagrados colocaram essa metáfora em um contexto mãe-filha. Nenhum deles está correto. 

Sua mente pode entender melhor o relacionamento como criador-criatura, ou o-que-dá-origem-a, e o-que-se-origina. Acrescentar a terceira parte da Trindade produz esse relacionamento: o que dá origem a/  o que se origina/   o que é.
Essa realidade trina é a “assinatura” de Deus, o modelo divino. O três-em-um é encontrado em toda a parte nas esferas do sublime. Vocês não podem escapar disso ao lidarem com questões relativas a tempo e espaço. Deus é consciência, ou qualquer um dos relacionamentos superiores. Por outro lado, não encontrarão a Verdade Trina em nenhum dos relacionamentos inferiores da vida.

A Verdade Trina é reconhecida nos relacionamentos superiores da vida por todos que os têm. Alguns de seus religiosos descreveram a Verdade Trina como Pai, Filho e Espírito Santo. Alguns de seus psiquiatras usam os termos id, ego e superego . Alguns de seus espiritualistas dizem energia, matéria e espaço celeste. Alguns de seus filósofos dizem que uma coisa só é verdadeira quando o é em pensamentos, palavras e atos. Quando discutem o tempo, vocês falam apenas de três tempos: passado, presente e futuro. De igual modo, há três momentos em sua percepção: antes, agora e depois. Em termos de relacionamentos espaciais, considerando os  pontos no Universo ou vários pontos em seu próprio espaço, vocês reconhecem aqui, lá e o espaço no meio.

Em termos de relacionamentos inferiores, vocês não reconhecem o espaço “no meio”. Isso ocorre porque esses relacionamentos são sempre díades, enquanto os relacionamentos da esfera superior são sempre tríades. Portanto, há esquerda e direita, em cima e embaixo, grande e pequeno, rápido e lento, quente e frio e a maior díade já criada: homem e mulher. Não há nada no meio dessas díades. Uma coisa é uma coisa ou a outra, ou alguma versão mais ou menos usada em relação a uma dessas polaridades.

Dentro da esfera dos relacionamentos inferiores, nada pode existir sem uma conceitualização de seu oposto. A maior parte das suas experiências diárias se baseia nessa realidade.

Dentro da esfera dos relacionamentos sublimes, nada que existe tem um oposto. Tudo É um, e progride de um para o outro em um ciclo interminável.

O tempo é uma esfera sublime, na qual o que vocês chamam de passado, presente e futuro existem inter-relacionalmente. Isto é, não são opostos, mas sim partes do mesmo todo; desenvolvimentos da mesma idéia; ciclos da mesma energia; aspectos da mesma Verdade Imutável. Se vocês concluírem disso que passado, presente e futuro existem um de cada vez e ao mesmo “tempo”, estarão certos.

O mundo se encontra nas condições atuais porque não poderia ser de outro modo e ainda assim existir na esfera inferior da materialidade. Terremotos e furacões, enchentes e tornados e outras calamidades que vocês chamam de desastres naturais são apenas movimentos dos elementos de uma polaridade para a outra. Todo o ciclo de nascimento e morte é parte desse movimento. Esses são os ritmos da vida, e tudo na esfera inferior está sujeito a eles, porque a vida em si é um ritmo. É uma onda, uma vibração, uma palpitação no próprio coração do Tudo Que É.

A doença e o mal-estar são os opostos da saúde e do bem-estar, e se manifestam em sua realidade obedecendo às suas ordens. Vocês não podem adoecer sem provocar a doença em algum nível, e podem ficar sadios de novo em um instante, simplesmente decidindo por isso. As grandes desilusões pessoais são reações escolhidas, e as calamidades mundiais são o resultado da consciência mundial.

Sua pergunta supõe que Eu escolho esses eventos, que é a Minha vontade e o Meu desejo que aconteçam. Contudo, Eu não desejo que esses desastres naturais aconteçam, apenas observo vocês ocasionando-os. E não faço nada para impedi-los, porque isso seria contrariar a sua vontade, o que, por sua vez, os privaria da experiência de Deus, que é a experiência que vocês e Eu escolhemos juntos.

Logo, não condene tudo que chamaria de ruim no mundo. Em vez disso, pergunte-se o que considerou ruim e o que deseja fazer para mudá-lo.
Pergunte a si mesmo: “ Que parte do meu Eu desejo agora experimentar diante dessa calamidade? Que aspecto do ser devo fazer aparecer?”   Porque toda a vida existe como um instrumento de sua própria criação, e todos os seus eventos meramente se apresentam como oportunidades para você decidir e ser Quem É.

Isso é verdadeiro para todas as almas; assim sendo, você vê que não há vítimas no Universo, apenas criadores. Todos os Mestres que nasceram neste planeta sabiam disso. É por esse motivo que nenhum deles se imaginava vitimizado, embora muitos  literalmente tenham sido crucificados.

Cada alma é um Mestre, embora algumas almas não se lembrem de suas origens ou heranças. Todavia, cada qual cria a situação e condição para o seu objetivo mais elevado e a sua lembrança mais rápida -  em cada momento chamado de agora.

Então não julgue o caminho cármico trilhado por outra pessoa. Não sinta inveja do sucesso e nem pena do fracasso, porque não sabe o que é sucesso ou fracasso na avaliação da alma. Não diga que algo é uma calamidade ou um evento feliz até decidir ou testemunhar,  qual é seu objetivo. Pois, a morte é uma calamidade se salvar a vida de milhares de pessoas?  E a vida é um evento feliz se só causar sofrimento? Não deve julgar nem mesmo isso. Guarde sempre para si mesmo as suas opiniões, e deixe os outros fazerem o mesmo.

Isso não significa ignorar um pedido de ajuda, ou a ânsia de sua própria alma de trabalhar visando a mudança de alguma situação ou condição. Significa evitar rótulos e julgamentos enquanto faz o que quer que seja. Porque todas as situações são uma dádiva, e cada experiência é um tesouro oculto.


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