22 abril 2012

SOMOS LUZ

                                                            
                                             Imagem: somostodosum.ig.com.br

                                                  

 
O divino escultor esculpiu nossa imagem-forma na Luz. Sorrindo, Ele disse dentro de cada espírito: “você ocupará muitas formas na existência, terá vários rostos e corpos, de cores e formatos diferentes, mas a sua verdadeira face é a da luz”
 
Porém, o tempo passou, e nos identificamos com as diversas formas não só físicas, mas, também, com aquelas mentais e emocionais.
Passamos a viver e agir nas formas, mas sem sentir o Espírito em nós. Passamos a viver de forma vazia, sem sentido e sem profundidade.
 
Apegamo-nos demais às formas moldadas e condensadas nas energias da natureza, e mesmo quando elas se desgastam, e o seu uso não é mais possível, ficamos meio perdidos, chorando sobre a referência externa com a qual nos identificávamos tanto.

Foi por isso que o sábio Jesus disse:  "Deixem que os mortos enterrem os seus mortos”!
 
O Rabi estava certo: quem anda com o espírito entorpecido nas ilusões sensoriais do mundo e acha que é só isso que existe, na verdade está morto de raciocínio, percepção e espírito.
Confundir a Luz do espírito com a casca abandonada é o mesmo que confundir a roupa com quem a veste.
 
Se é necessário respeitar o invólucro carnal abandonado,  pois era morada do espírito em ascensão, é mais necessário, ainda, respeitar o próprio espírito, essência imperecível e dotado de todos os potenciais celestes.
 
E nenhum espírito, em época alguma, jamais foi seguro pelo caixão ou pelo solo onde o seu corpo ficou sendo transformado em outras energias pela generosa Mãe Terra.
 
Aos corpos que ficam na Terra, o nosso muito obrigado, por tudo o que aprendemos por intermédio deles. Porém, somos espíritos com a face da Luz!
Somos forma e semelhança da Luz, pois não somos animais vertebrados, somos consciências imperecíveis. Somos a cara de Deus!
 
Não somos brancos, negros, amarelos ou vermelhos. Não somos nem mesmo terrestres, pois qualquer espírito é egresso de outros planos sutis, não-físicos.
 
Portanto, somos extraterrestres, pois terrestres são apenas os corpos que ocupamos temporariamente. 
SOMOS LUZ!
Enquanto os “mortos enterram os seus mortos” , os espíritos continuam vivendo além...
 
Os primeiros olham as tumbas e choram a ilusão de suas referências apenas físicas; os últimos olham para as estrelas e alçam voo para outras paragens.
 
E lá em cima não há nenhum número de tumba como referência, nem esquifes enterrados para alguém se guiar na dor de sua perda ilusória.
 
O que tem mesmo é uma infinidade de espíritos vivos, todos com a cara de Deus!
 
O Divino Escultor esculpiu nossa imagem-forma na Luz. Portanto, façamos jus a essa Luz.
 
SEJAMOS LUZ!


Wagner Borges


14 abril 2012

QUE HÁ POR TRÁS DO MEDO E DA CULPA?

                                                                     Imagem: fonte original não identificada



Da aspiração ao progresso espiritual e da prática do serviço altruísta vem a energia que, indiretamente, dissolve todo e qualquer medo ou culpa, pois o Eu Espiritual começa a fluir, a curar e a regenerar as zonas obscuras da consciência.

A segurança interior vem do bem praticado; segundo a lei de causa e efeito, esse bem repercute na própria pessoa que o fez, eliminando-lhe os temores sem que para isso tenha de analisar o motivo deles, descobrir suas origens.

O MEDO DO FRACASSO

Advém de estarmos identificados em demasia com a personalidade e vivermos em ambientes que nos depreciam. Habituados pela educação normal, doentia, a comparar-nos e a confrontar-nos com os semelhantes, é comum ficarmos insatisfeitos com nossas possibilidades. Na realidade, cada um é útil com suas próprias qualidades e dotes, e as qualidades dos demais têm outra serventia.

O sentimento de inadequação pode demonstrar que visamos a algo que não nos é destinado no momento. Se estivéssemos canalizando a atenção e energia para a tarefa imediata que nos cabe, veríamos estar preparados para desempenhá-la corretamente: de nada mais precisaríamos além da total entrega ao serviço.

Mas o sentimento de inadequação pode também resultar da imensa necessidade planetária. Dado o número insuficiente de pessoas disponíveis para ajudar na grande obra evolutiva a ser realizada na Terra, às que estiverem dispostas a servir são oferecidas as oportunidades que exigem capacidade  bem maior do que as por elas manifestada. É que se conta com seu potencial oculto. Assumi-las com coragem atrai uma força desconhecida, que dissolve o medo de fracasso logo que desponta.

Aceitar sem receio, trabalhos mais complexos do que os de hábito, cura-nos dessa espécie de medo, desde que as circunstâncias para realizá-los venham dos níveis superiores do ser e não de impulsos engendrados pela ambição.

Se fizermos o que for necessário na ocasião propícia e conforme nossa mais elevada consciência e se entregarmos à Vida Universal o resultado das nossas ações, liberamo-nos do sentimento de inadequação.

O SENTIMENTO DE CULPA

É próprio de quem não manifesta, na prática, o potencial que já reconhece existir dentro de si. À medida que esse potencial interno é percebido, podemos ou não abrir-nos para expressá-lo e, dependendo da nossa atitude, vem-nos o sentimento de culpa ou o de liberdade.

Ninguém é responsável por não buscar transformar o que não está percebendo ser necessário, mas, a partir do momento em que reconhece seu próximo passo na caminhada evolutiva, precisa dá-lo. Quando o faz, advém-lhe uma paz inexplicável. Ademais, cada indivíduo que assume seu próprio potencial faz com que se acelere o desenvolvimento de muitos outros. Isso acontece devido a uma misteriosa rede universal de energias com a qual todos estamos conectados.

Mas é bom lembrar, por outro lado, que ninguém pode expressar o que ainda não é.  A qualidade das escolhas depende do ponto evolutivo de cada ser.  Se refletirmos assim, que restará do sentimento de culpa?  Ver que não mais faríamos o que fizemos ontem é sinal de progresso, e não motivo de pesar.

Um ato desequilibrado, se reconhecido como tal, leva-nos a detectar o que temos de corrigir em nós. O remorso é uma distorção de um sentimento positivo, que é a gratidão de perceber a mudança a ser feita.  Demonstra que não nos decidimos ainda por ela.  Quando passamos a agir de modo diferente, quando transformamos nossa atitude, equilibramos atos passados e o remorso já não tem razão de existir.


( extraído do boletim Sinais de Figueira de Trigueirinho )








 

10 abril 2012

VIVA O PRESENTE


                                                Imagem: Kagaya Yutaka

                                             

                                               
Ao observarmos o ser humano encontramos várias divisões.
 
Uma parte vive exclusivamente no passado, isto é,  só começam a compreender as coisas quando estas já são passadas.
 
O resultado é que eles não podem alegrar-se verdadeiramente a respeito de um acontecimento nem sentir intuitivamente a gravidade de qualquer coisa.
Somente depois é que começam a falar dela, a se entusiasmarem ou a se lastimarem.

Desse modo se descuidam sempre dos acontecimentos do presente, ocupados com as conversas sobre os fatos decorridos, quer seja para lastimá-los ou para se aprazerem a seu respeito.
Somente quando as coisas pertencem ao passado é que começam a dar-lhes valor.
 
Uma outra parte, ao contrário, vive no futuro. Só desejam e só tem esperança no futuro, esquecendo-se que o presente lhes pode dar muito, e esquecendo-se também, de se mover, de modo que possam transformar em realidade muitos de seus sonhos de futuro.
 
Ambas as partes, às quais pertence a maior porção da humanidade, não tem vivido realmente sobre a Terra. Estão perdidos em sua existência terrena.
 
Haverá  também indivíduos que compreenderão de modo inteiramente falso o grito: “Vivei o presente!”  julgando talvez,  que, com isso, tenham  em mente aconselhar o aproveitamento e gozo de cada momento, inculcando uma existência frívola. Há muitas pessoas que passam pela vida cambaleando dessa maneira insensata.
 
É certo que com esse apelo exige-se o aproveitamento incondicional de cada minuto, interiormente, não no sentido superficial, somente externo.
Cada hora do presente deve ser verdadeiramente vivida pelo homem! Tanto a alegria como o sofrimento.
 
O homem deve encontrar-se aberto em todos os seus sentidos e o pensamento a todos os sentimentos do presente, e, por esse motivo, encontrar-se desperto.
Somente assim terá lucro com a vida terrena que lhe foi destinada.
 
Não poderá encontrar a verdadeira vida nem com os pensamentos do passado nem com os sonhos a respeito do futuro, porque ambos não podem ser bastante fortes para imprimir seu cunho próprio no espírito, a ponto de constituir isso um lucro que possa levar para o Além.
 
Se não viver mesmo, não poderá ficar amadurecido. O amadurecimento depende de viver.
 
Se na vida terrena não se faz viver sempre o presente em si próprio , voltará vazio, tendo que percorrer novamente o caminho que não soube aproveitar, porque não se encontrava desperto, não soube apropriar-se dele por meio da verdadeira vida.
 
A vida terrena é como um degrau no ser integral do homem, e por tal modo grande que o individuo não pode saltá-lo . Se não firmar bem o pé nesse degrau, não poderá passar para o seguinte, porque necessita desse como fundamento próprio.
 
Se os homens imaginam toda sua existência nesta Terra como um esforço para voltar à Luz, tem que adquirir consciência  clara de que só poderão passar para um determinado degrau depois de haver preenchido verdadeiramente o anterior, e firmado bem o pé nele.
 
Pode-se dizer tudo de modo mais forte ainda:   somente da realização total e incondicional de um determinado degrau que tem de ser vivido é que pode desenvolver-se o degrau subsequente.
 
Se o individuo não preenche cabalmente com o viver, o único meio que tem disponível para alcançar o amadurecimento, o degrau em que se encontra, não poderá ver o que vem a seguir, porque precisará para isso da realização do viver do degrau anterior.
 
Somente com o aparelhamento adquirido pelo próprio viver é que fica com a força necessária para reconhecer e galgar o degrau superior.
 
E assim se dá, sucessivamente, de degrau em degrau. Se quiser olhar somente para o ponto mais elevado, sem atender aos degraus intermediários que o levarão àquele, jamais conseguirá alcançar a meta desejada.
 
Os degraus que se verá na contingência de construir para poder elevar-se, serão muito precários e demasiado ligeiros , desfazendo-se no momento de serem ensaiados para a ascensão.
Esse perigo é obviado pelo fato muito natural de só poder desenvolver-se o degrau ulterior pela realização completa do degrau presente.
 
Quem não quiser, portanto, ficar com sua existência  pela metade em um degrau qualquer e ter que  voltar continuamente aos já percorridos, esforce-se sempre por pertencer completamente ao presente, para aprendê-lo com acerto, vivê-lo inteiramente, para que possa tirar disso proveitos espirituais.
 
Não lhe faltará com isso também o lucro terreno, porque a primeira vantagem colhida consiste em não esperar dos homens e do tempo senão o que realmente podem dar!
 
Desse modo jamais poderá iludir-se , assim como ficará sempre em harmonia com seu ambiente.

Mas se trouxer consigo somente o passado ou devaneios do futuro,  suas expectativas poderão ultrapassar facilmente os limites de seu presente, tendo que ficar desse modo em desarmonia com ele, o que não somente lhe ocasionará sofrimentos como também aos que o cercam mais de perto.
 
É certo que o homem deve também pensar no passado para tirar dele experiência, assim como fazer sonhos a respeito do futuro, a fim de receber estímulo...
 
Mas só se deve viver conscientemente o presente!


- Abdruschin
( escrito em 1931)




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