19 junho 2012

ABELHAS - O QUE É PRECISO SABER


 



O DESAPARECIMENTO DAS COLMÉIAS NO MUNDO INTEIRO


De acordo com estimativa do “American Apiary Inspectors”, um órgão de fiscalização de apicultores, no final de 2006, 41% de um total de 5,9 milhões de colônias existentes nos Estados Unidos em 1947 haviam desaparecido.

Hoje sabemos que este misterioso e significativo desaparecimento de abelhas e suas colméias não se restringiu aos EUA, pois aproximadamente desde aquele mesmo ano... TEM SE REGISTRADO, NO MUNDO TODO, UMA CONTÍNUA E INTENSA PERDA DE COLMÉIAS...
Originando o que se conhece como “SÍNDROME DO COLAPSO DAS COLMÉIAS” ( ou Colony Collapse Disorder – CCD )

O desaparecimento de todas as colméias seria  uma grande tragédia para a Vida na Terra, tão grave quanto um aquecimento global acima de 2 graus centígrados.

A extinção das abelhas faria parte daquilo que os cientistas já denominam de “SEXTA GRANDE EXTINÇÃO EM MASSA”?

Já em 1923, Rudolf Steiner, um cientista austríaco, filósofo e inovador social, previu que em 80 a 100 anos, as abelhas entrariam em colapso.

O PRAZO DE STEINER!   1923 - 2023

POSSÍVEIS CAUSAS?

Há muitos relatos de abelhas atingidas por diversas enfermidades, em todos os pontos do Planeta. A Comissão ao Parlamento Europeu e ao Conselho relativo à saúde das abelhas de Bruxelas, em 06.12.2010, assim se referiu às enfermidades que vem acometendo as abelhas:

“Não obstante, a saúde das abelhas está ligada a muitos fatores de várias naturezas (bacteriana, viral, parasitária, etc.); disponibilidade de tratamentos adequados; espécies invasivas  e mudanças ambientais. Outros fatores a considerar incluem a utilização de pesticidas na agricultura, a fim de clarificar, pelo menos, se e em que medida podem desempenhar um papel na saúde das abelhas”.

Salienta o Relatório desta Comissão, em seu tópico de nº 4: “Em relação às abelhas, não foi elaborado qualquer sistema de controle harmonizado eficaz para estimar a extensão da mortalidade das abelhas  ou, tanto quanto possível, impedir essa mortalidade”.
O Relatório ainda enfatiza: “O projeto da AESA de 2009 intitulado “Bee mortality and bee surveillance in Europe” sugere que há muitos fatores envolvidos nas causas da diminuição dos efetivos apícolas. Entre os que foram considerados encontram-se as doenças e pragas das abelhas, o envenenamento por pesticidas, o impacto de culturas geneticamente modificadas e o stress ligado a mudanças de nutrição e de condições climáticas”.

No que diz respeito à perda da biodiversidade, a  Comissão informa:
“ A saúde das abelhas também é afetada pela perda de biodiversidade. Uma das principais causas diretas da perda da biodiversidade é a mudança da utilização dos solos e a intensificação mal gerida, por um lado, e o abandono da terra, por outro, assim como a perda das práticas agrícolas e silvícolas tradicionais, que frequentemente geraram habitats ricos de espécies. A perda e fragmentação de habitats, a poluição e os organismos patogênicos são alguns dos potenciais fatores por trás desta tendência.”

Outros fatores podem ser a perturbação do calendário de polinização devido às alterações climáticas; a propagação de espécies de insetos invasivos em concorrência com polinizadores nativos  e plantas invasivas que desviam os polinizadores nativos das plantas nativas.


Há provas científicas cada vez maiores de que as abelhas que têm acesso a uma mistura de pólens de plantas diferentes são mais saudáveis do que as que se alimentam apenas de um tipo de pólen ( polinização ).
Os resultados de um estudo recente sugerem que a saúde das abelhas necessita de um ambiente com  biodiversidade suficiente para manter o serviço ecossistêmico ( polinização ).


No Brasil, este fenômeno já é bastante evidente. 

Desde meados de 2010, vários apicultores de Santa Catarina, segundo produtor de mel no país, vêm relatando inúmeros casos de colméias abandonadas pelas abelhas.
Em vista disso, os 30 mil apicultores de Santa Catarina motivaram-se a formar uma Comissão Científica para investigação das razões deste fenômeno.

Sabemos que a produção de frutas depende diretamente da polinização por parte das abelhas. Em Santa Catarina, por exemplo, as colméias são responsáveis pela produção de 90% das maçãs de todo o Estado.

Em Mucugê/BA, desde 2003, um Grupo de Pesquisa em Ecologia de Comunidades de Abelhas, em parceria com a UFBA, vem realizando um trabalho destinado a corrigir o déficit de polinizadores,  especialmente em macieiras e maracujá.

A bióloga Blandina Felipe Viana, Doutora em ecologia pela USP e coordenadora deste trabalho, durante uma palestra acadêmica em maio de 2011 ( “Café Científico”), informou:
“ É preciso compreender que o déficit de polinização pode ser quantitativo ou qualitativo e que ambos reduzem o desempenho reprodutivo sexual das plantas”.

Isto implica na má formação dos frutos e na queda de produtividade das plantações.
Como todos os ecossistemas mantém interdependência entre si, qualquer desequilíbrio em um deles afeta os demais.
Sabe-se que o desmatamento constante vem potencializando a extinção e comprometendo seriamente a interação entre as diversas espécies, o que é extensível  à  produção agrícola.

A Dra. Blandina Felipe Viana alerta para um importante fato:
“ O aumento da área cultivada, necessária para compensar o déficit de polinização, foi maior nos países em desenvolvimento que nos países desenvolvidos. Isso só acelera o desmatamento.”

Segundo um recente estudo conduzido por cientistas americanos, pesticidas baseados em nicotina, utilizados intensivamente na agricultura, estão causando a morte, em larga escala, de abelhas. Nada menos do que 16 produtos à base de “IMIDACLOPRIDO” , também fabricados no Brasil, estariam ameaçando a apicultura em nosso País, configurando aquilo que muitos já classificam como “GENOCÍDIO APÍCOLA”.

No livro “ABELHAS ECOLÓGICAS”, Lenhart Robert  Schirmer faz uma interessante abordagem da ação comunitária das abelhas em uma colméia:
“As abelhas vêm, há milhões de anos, imperturbáveis, seguindo seu ritmo maestral. Com suas leis ocultas resolvem todos seus problemas, permanecendo em ação constante e imutáveis.”
“Todo espírito da colméia parece obedecer a um ritmo “matriarcal” dado por um comando feminino oculto e absoluto. Quando há abelhas não saudáveis, elas são postas para fora. Aliás, o indivíduo por si próprio abandona a casa para não onerar o serviço interno.”

Na expressão dos pensamentos do Criador, as abelhas parecem usar a “Perfeição e o Amor”, num equilíbrio harmônico da Natureza.

A referência de Schirmer às abelhas não saudáveis que abandonam por si próprias a colméia, pode explicar o misterioso desaparecimento das abelhas sem deixar vestígios, relatado por diversos apicultores.

A “Síndrome do Colapso das Colméias”, identificada no mundo todo, caracteriza-se pelo fato das abelhas operárias não retornarem mais às suas colméias, após saírem para a coleta de néctar e pólen.

Em grande parte, as causas poderiam ser o uso intensivo de agrotóxicos, desmatamento constante e senso de desorientação, em virtude dos desequilíbrios climáticos.

PARA AS ABELHAS É VITAL QUE SEJA MANTIDO UM EQUILÍBRIO HARMÔNICO COM A NATUREZA. O EQUILÍBRIO E OS CICLOS VITAIS NÃO PODEM SER ROMPIDOS.

Durante a polinização há um considerável gasto energético por parte das abelhas.
Uma abelha campeira voa aproximadamente 24 kms. por hora, consumindo cerca de 0,5 mg. de mel por quilômetro.

Para obter a quantidade necessária à sua real necessidade nutricional numa única refeição, uma única abelha chega a visitar entre  50 a 100 flores.
E, para o fornecimento de 1 litro de mel, é necessário que as abelhas de uma colônia voem  em média, 40 mil kms ( a distância equivalente a uma volta ao redor da Terra ).
E isto numa área que não ultrapassa 707 hectares, num raio de 1,5 kms. ao redor da colméia.

Para produzir 1 litro de mel, a colônia deve consumir cerca de 8 kgs. deste néctar para se manter, sendo a produção de mel, portanto, dispendiosa para as abelhas em termos de gasto energético.

Neste sentido, age a inteligência biológica orientando as abelhas a produzirem favos com características especiais, de formas geometricamente perfeitas, dispostas de modo a conter alvéolos que promovam o máximo de aproveitamento de volume em uma área de superfície mínima, mantendo a colméia num equilíbrio saudável em termos de gasto energético e reposição nutricional.

Interessante observar também que a forma hexagonal dos alvéolos reserva um espaço interno idealmente compatível com o tamanho das abelhas e resulta da necessidade de abrigar uma única abelha ao nascer da pupa.

Ainda não existe explicação de como é obtida a exata inclinação dos alvéolos de 13 graus em relação à horizontal, necessária para que não ocorra o vazamento do mel, com a adequada viscosidade, na temperatura constante dos alvéolos.

De acordo com Hickman Júnior ( 2004 ), as abelhas dispõem de um eficiente sistema de comunicação. Através de certos movimentos do corpo, as abelhas campeiras informam as operárias da localização e quantidade de fontes nutritivas ( alimentos ).

As pesquisas de Biembengut e Hein (2003)  concluíram que as abelhas são capazes de lembrar-se de sua rota de vôo a partir da posição do Sol no céu, do odor e da cor das flores. Também são capazes de retornar à mesma fonte de alimento no mesmo horário do dia seguinte, tomando como referência a posição do Sol no céu, ou seja, o ângulo formado por sua própria  rota de vôo e uma linha horizontal da colméia na direção do Sol.

Por tudo isso, faz-se urgente e necessário um novo entendimento de toda dinâmica que rege a vida de todos os seres, onde se inserem estas incomparáveis obreiras a serviço da vida e de toda comunidade planetária.

Além de tudo, há uma cruel exploração das abelhas...

Não seriam as abelhas agentes vitais de suma importância para todo o ecossistema planetário, a tal ponto que a Natureza, durante todo este tempo, teria lhes assegurado uma contínua e intensa proteção, mantendo-as incomparavelmente intactas em toda sua constituição e interatividade com o meio ambiente?

AS ABELHAS ESTÃO NA TERRA HÁ MILHÕES DE ANOS. PROVARAM QUE FORAM CAPAZES DE SUPERAR TODOS OS DESAFIOS EVOLUTIVOS.

E por que, depois de uma faixa de tempo tão longa na história planetária, notamos agora, cada vez com mais evidência, contínuas alterações em seu comportamento e em suas defesas vitais?

Quem está verdadeiramente doente? As colméias ou a própria Humanidade? Esta é uma questão que temos de enfrentar e respondê-la com toda honestidade...

 Alguém já teria pensado também em suicídio coletivo? 



 

Que muitos animais já não estariam suportando a pressão ambiental exercida pela Humanidade? Esta não poderia ser uma das hipóteses acerca do que acontece com as abelhas? Por que não?...

Identificar a causa da “Síndrome do Colapso das Colméias” e revertê-la é uma das mais importantes ações para garantir o futuro da Humanidade.

DEPOIS DAS ABELHAS, O QUE MAIS PODEREMOS VIR  A ENFRENTAR?...




( Trabalho elaborado por Silvana Vignini e Paulo R. C. Medeiros – CIVILIZAÇÃO SOLAR )

                              





Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...