DEPRESSÃO: VÍTIMAS OU SEGUIDORES?
Ilustração: Gisele Caldas
Não nascemos com depressão. É no decorrer da existência que esse distúrbio pode ou não ocorrer.
A depressão é bastante democrática; atinge seres de todos os gêneros,
de todas as nacionalidades, de todas as cores, de todas as tendências
políticas, filosóficas ou religiosas.
Falamos muito de depressão e conhecemos inúmeros casos da ocorrência
desse desajuste, tanto em nosso círculo familiar, de amizades, como em
personagens famosos, que chegaram quase a destruir ou que efetivamente
acabaram com suas vidas em decorrência disso.
Porém, sem entrarmos no campo científico, como podemos entender a depressão?
Para isso, nada melhor do que o uso da semântica, no campo da
linguística – que é o ramo que estuda o significado das palavras – para
nos ajudar na compreensão, não só do termo, mas também das situações que
ele designa.
Senão, vejamos o que consta no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa:
“Depressão (latim depressio, -onis), substantivo feminino
- Abaixamento de nível.
- (Figurado) Enfraquecimento, abatimento, físico ou moral.
- Achatamento, cavidade pouco profunda.“
Seguem-se também as expressões em que essa palavra entra como um dos componentes e entre elas temos: “depressão nervosa:
estado patológico de sofrimento psíquico assinalado por um abaixamento
do sentimento de valor pessoal, por pessimismo e por uma inapetência
face à vida.”
Verificando os casos que conhecemos e analisando os significados
descritos no dicionário, conseguimos compreender que a depressão é
gerada por nós mesmos:
- Quando diminuímos as nossas capacidades, as nossas qualidades, o nosso desempenho e nos comparamos aos outros seres.
- Quando nos deixamos abater pela maledicência, pela inveja e pelo egoísmo, sejam eles externos ou internos.
- Quando descemos apenas à primeira camada do entendimento, sem nos aprofundarmos nas razões e nos questionamentos mais profundos.
- Quando não valorizamos a oportunidade que está contida nesta nossa existência e vivemos os nossos dias terrenos mais como um fardo do que uma bênção.
A depressão não escolhe suas vítimas, ao contrário, estas é que
escolheram seguir por esse caminho – quase que na maioria das vezes
inconscientemente – sem desconfiarem que, ao longo do percurso, serão
tragadas por um turbilhão de sentimentos desconexos.
E não precisamos de muito mistério, nem esforço, para decifrar que o
grande antídoto à depressão está guardado dentro de nós mesmos e
consiste na vigilância constante, no trabalho sólido com a nossa
motivação pessoal, na consciência da nossa potencialidade e na
compreensão das leis que regem o Universo.
Quando um bebê vem ao mundo, ele chega com o seu pleno potencial.
Que
possamos alegremente cuidar dessa dádiva recebida e cultivá-la com a
mesma leveza, o mesmo riso e o mesmo destemor das crianças!
Seja Luz!
Iara Bichara
Movimento Era de Cristal